sexta-feira, 5 de julho de 2013

Preso principal


Preso principal fornecedor de pinos usados no embalo de drogas da região

Derick Reis Gomes Vaz atuava com pelo menos duas quadrilhas desmanteladas em maio pela DISE, entre elas a “Bonde da Pracinha”, que teve mais três membros presos ontem

VOLUME - Em quatro meses, 300 mil pinos que seriam distribuídos pelo suspeito foram apreendidos pelas Polícias Civil e Militar - Foto: Divulgação
O empresário Derick Reis Gomes Vaz, 25, foi preso ontem de manhã (4) pela DISE (Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes) sob a suspeita de ser o maior fornecedor de tubos plásticos usados no armazenamento de drogas, os chamados pinos.
De acordo com o delegado Flávio Augusto Therezo Rodrigues, Derick foi identificado graças às investigações que, no final de maio deste ano, culminaram no encontro de quase dez quilos de cocaína e na prisão de oito dos principais membros da quadrilha de traficantes conhecida como “Bando da Pracinha”, até então com forte atuação na região norte da cidade.
“Um dos nossos principais desafios era descobrir quem fornecia essa imensa quantidade de tubos na região. Conseguimos chegar até ele graças ao nosso trabalho de inteligência e também das apreensões feitas tanto por nós quanto pela Polícia Militar, que em quatro meses somaram 300 mil pinos”, afirma. Ontem, aliás, mais 2 mil pinos foram apreendidos na casa do empresário, na Avenida República, no Palmital.
Ainda segundo Rodrigues, Derick, além de abastecer o “Bonde da Pracinha”, atuava junto a um grupo criminoso de atuação na vizinha Vera Cruz comandado por Junior Costa da Silva, 27, o “Caipira”, que também foi preso pela DISE em maio e que tem ligação com Weberth Roberto de Souza, 32, mais conhecido como “Betinho” ou “Mec”, apontado pela polícia como um dos líderes da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) na cidade.
“Originalmente, esses tubos são utilizados por laboratórios de análise e armazenam fluídos. Essa, inclusive, foi a justificativa dele ao ser indagado por nós, mas nem uma grande empresa do ramo trabalha com tamanho volume. Sabemos que ele importava esses tubos, muito provavelmente da China”, completa.
Derick foi indiciado por associação para o crime e recolhido na Penitenciária de Marília. Se condenado pelo crime, ele pode pegar até dez anos de prisão.
MAIS
A operação deflagrada ontem pela delegacia especializada ainda cumpriu três mandados de prisão contra supostos integrantes do “Bando da Pracinha”: Altimar Rogério Ferreira, 37, Heraldo Bolognesi, 36, e Júlio César Biciana Terra, 30. As investigações apontaram que os dois primeiros faziam as funções de vendedor e guardador de drogas para o bando. Já o último exercia a gerência do esquema.
O trio responderá por tráfico de drogas, associação para o crime e formação de quadrilha. Somadas, as penas podem chegar a 30 anos de reclusão.
“Essas prisões encerram um ciclo. O bando foi totalmente desmantelado”, finalizou Rodrigues.
O ESQUEMA
O “Bonde da Pracinha” - referência à Praça América, principal ponto de comércio de drogas do grupo -, foi desmantelado após mais de três meses de investigações. Nesse período, todas as bocas de fumo e pessoas que trabalhavam para o bando foram identificadas e catalogadas.
Foi apurado que a droga vendida pela quadrilha era trazida de outra cidade. Todos os tijolos vinham embalados a vácuo, técnica utilizada pelos traficantes para evitar a propagação do forte cheiro dos entorpecentes. Já em Marília, o tóxico era refinado e então acondicionado em pinos, geralmente com capacidade para 5 gramas.
O esquema “empregava” mais de 20 pessoas, entre eles adolescentes, e o tráfico acontecia durante todo o dia, gerando renda diária de cerca de R$ 7 mil. O montante arrecado, inclusive, vinha sendo empregado na compra de bens. As investigações apontavam que a liderança do grupo vinha investindo na construção de casas, que mais tarde seriam alugadas, e também na compra de propriedades rurais, em sua maioria chácaras próximas ao distrito de Padre Nóbrega.
Outro diferencial da quadrilha e que reforçou a tese de “profissionalização” se deu com a apreensão de uniformes usados pelos “vendedores”. A camisa, na cor vermelha, traz a identificação da quadrilha no peito.
Na ação em si, desencadeada no dia 23 de maio, nove quilos de cocaína, bicarbonato de sódio usado para o refino da droga e 5,5 mil pinos vazios, além de quatro carros que teriam sido adquiridos com o dinheiro do tráfico, sendo um Ford Fusion, um Chevrolet Astra, um Fiat Brava e um Audi A3, foram apreendidos.



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