CARLOS RODRIGUES
Um exercício que durou cerca de três horas, no aeroporto Frank Miloye
Milenkovich, em Marília, mobilizou agentes da Polícia Federal de
Marília e do grupamento antibombas com base em Campinas. Funcionários do
Daesp (Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo) e patrulhas da
Polícia Militar também participaram. O objetivo foi simular e demonstrar
uma operação de identificação e destruição de artefato explosivo,
usando um “robô kamikaze” e roupas antifragmentos semelhantes às usadas
no filme “Guerra ao Terror”, de 2008.
O treinamento, em todos os aeroportos do país, é uma exigência da
legislação e precisa ser feito a cada dois anos. O objetivo é ampliar a
segurança e preparar as forças policiais para eventuais ocorrências com
explosivos ou objetos desconhecidos que precisam ser inspecionados com o
menor contato humano possível.
O delegado federal Fernando Battaus, chefe da Polícia Federal em
Marília, afirma que, em uma situação real, o preparo dos agentes e dos
trabalhadores dos aeroportos é determinante para salvar vidas. Para ele,
um ataque à bomba no país é “improvável”, mas “ninguém consegue prever”
o que pode acontecer.
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De acordo com a Constituição do Brasil, a Polícia Federal é a força
policial responsável pela segurança nos aeroportos. Em caso de
emergência ou ocorrência com grande mobilização, operações podem ser
feitas de forma conjunta com a Polícia Militar ou Polícia Civil dos
estados, porém, a jurisdição é federal.
Na simulação feita em Marília, os funcionários do aeroporto
localizaram um embrulho desconhecido que foi submetido à esteira de
Raio-X. Com a constatação de que se tratava de um dispositivo com poder
de fogo, foi acionada a Polícia Federal, que deslocou o grupamento
antibombas.
O pacote foi levado para uma área afastada do terminal de embarque e
das aeronaves. Antes de qualquer contato humano, os agentes
especializados empregaram um robô equipado com câmera, sensores, Raio-X e
um jato d’água de alta pressão, com capacidade de destruir materiais
sólidos resistentes.
Com os recursos tecnológicos disponíveis atualmente, mesmo sem abrir a
embalagem os agentes conseguem apurar o tipo de explosivo e o sistema
de detonação. O objetivo do kamikaze é inabilitar o artefato, evitando
explosão.
Somente após o uso do robô, um policial vestido com o traje
ultratecnológico, com resistência ao fogo e a fragmentos, se aproxima
para verificar se a ameaça foi eliminada.
De acordo com o analista técnico de aeroportos Eduardo Ferreira de
Toledo, os recursos demonstrados em Marília estão disponíveis aos
aeroportos, mediante acionamento da Polícia Federal local. Ele lembra
ainda que o Daesp capacita as equipes de trabalho, para detectar as
ameaças o mais rapidamente possível.
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