quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Ministério Público denuncia integrante do PCC substituto de Dinho no tráfico de drogas

Weberth Roberto de Souza, o “Betinho” ou “Mec”, foi preso em outubro pela DISE

VIOLENTO - Mesmo algemado, Betinho ofendeu e tentou agredir a imprensa no dia em que foi preso - Foto: Arquivo
Membro da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) e substituto de “Dinho” – Edson Santos da Silva – em um grande esquema de tráfico de drogas na zona sul da cidade, Weberth Roberto de Souza, 32, o “Betinho” ou “Mec”, foi denunciado pelo Ministério Público com base na Lei nº 11.343/06, que trata o comércio de tóxicos, e pode pegar mais de 30 anos de prisão caso seja condenado.
Isto porque o órgão estadual pede o seu indiciamento pelos crimes previstos nos artigos 33 (três vezes) e 35 (associação para o crime), que prevêem penas máximas de 15 e dez anos, respectivamente. Porém, uma das atribuições ao artigo 33 está relacionada ao envolvimento de menores de idade no esquema ilícito chefiado por Betinho, o que pode, na dosagem final, elevar em até dois terços a pena.
Tido como o braço direito dele, Leonardo José Vitorino, 18, o “Léo”, foi indiciado pelos mesmos crimes e também pelo artigo 12 da Lei nº 10.826/03 (posse de munição de uso permitido). Já Maxwell Sebilhano da Silva, 18, o “Max”, comparsa da dupla, deverá responder uma vez por tráfico de drogas e também por associação.
A denúncia foi remetida à 1ª Vara Criminal e será analisada pelo juiz José Roberto Nogueira Nascimento. Não há previsão de quando isto ocorrerá.
ENTENDA
No documento, de seis páginas e datado do último dia 1º de novembro, o promotor Gilson César Augusto da Silva reforça o envolvimento de Betinho com o PCC e o status de “um dos principais traficantes da cidade” que ele carregava. Em um trecho, ele explica que o esquema adotado pelo criminoso o “blindava” da Polícia Civil.
“Foi constatado que Betinho se valia de diversas pessoas a ele subordinadas para o comércio ilícito; alguns vendiam os entorpecentes, enquanto outros faziam a guarda e o transporte, tudo a dificultar a ação da polícia”, diz. Linhas abaixo, Silva detalha um pouco mais como o traficante agia e a função de seus comparsas.
“Como praxe neste meio criminoso, ele evita o contato direto com os entorpecentes que comercializa. Esta função cabia justamente a Leonardo, seu braço direito que, além de guardar drogas, coordenava o transporte e arrecadação do dinheiro aferido nas ‘bocas de fumo’”.
O representante do Ministério Público também afirma que as intercepções telefônicas, autorizadas pela Justiça, comprovam que a droga apreendida com Max pertencia a Betinho e Léo. Também cita que Betinho ligou no celular do comparsa quando o flagrante já era elaborado pela DISE (Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes), mas que desligou ao desconfiar da voz do outro lado da linha, do delegado Luis Marcelo Perpétuo Sampaio.
Por fim, Silva solicita a perda do dinheiro apreendido na ação e também da moto de Betinho, uma Honda Falcon, para reversão ao Funad (Fundo Nacional Anti-Drogas). Também é pedida a prisão preventiva de Léo, único réu do processo nas ruas. Nascimento, no entanto, já se manifestou contrário a esta última solicitação.


Apreensão em Fusca desencadeou operação

Betinho era alvo de investigações tanto da DISE quanto do GAECO (Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado) desde 2005 justamente por envolvimento com a facção criminosa, mas foi somente após a apreensão de 175 pinos de crack escondidos em um Volkswagen Fusca, feita na garagem da casa de Max em meados de setembro, que a delegacia especializada conseguiu provas contra ele.
Já no dia da prisão de Betinho, em 11 de outubro, mais 230 pinos recheados de crack prontos para a comercialização, quase meio quilo da mesma droga, 150 gramas de maconha, duas balanças de precisão, R$ 350 em dinheiro, material usado para o embalo de entorpecentes e até um plano completo de roubo a uma chácara que estava prestes a ser realizado foram apreendidos na casa de um adolescente de 17 anos no Nova Marília.
Alvo também de uma varredura, várias anotações e contabilidade referente a movimentação de drogas, incluindo dívidas, foram encontrados na casa de Betinho. Os documentos, aliás, estavam em códigos. Maconha era tratada por “mussum” e crack, “ovo caipira”.
A prisão do criminoso foi muito comemorada nos meios policiais e também por aqueles que conviviam ao seu redor. Classificado como articulador e ameaçador, ele utilizava de truculência e de todo tipo de coação, inclusive com agressões, para que seus “escolhidos” colaborassem com o esquema.





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