“Seu Mário”, como é chamado, tem afirmado que nasceu no Japão -
CARLOS RODRIGUES
Ele fala português e japonês, afirma ter nascido no Japão e
trabalhava, conforme se lembra, como lavrador em pequenas propriedades
rurais da região. Ainda é mistério a identidade e o passado de um homem
de aparentemente 62 anos, abrigado pelo Asilo São Vicente de Paulo, em
Marília.
A expectativa do serviço social da entidade é encontrar familiares de
Seu “Mário”, como é chamado, e promover a reinserção social.
O idoso foi encaminhado por unidade da Secretaria Municipal de
Assistência Social. O homem vivia pelas ruas da cidade, até ser
resgatado por servidores públicos. A suspeita é que já tenha superado a
idade limite para o atendimento na Fumares (Fundação Mariliense de
Recuperação Social), por isso foi encaminhado para o asilo.
A assistente social Laís Gomes conta que o novo hóspede, diferente
dos demais, não tem documentos pessoais e seus familiares são
desconhecidos. A situação foge ao padrão dos demais abrigados, que
possuem cadastros e algum familiar para contato.
“Ele já passou por atendimento psicológico, também já trouxemos uma
pessoa que fala japonês e nos dois idiomas ele faz o mesmo relato.
Acreditamos que ele tem familiares, porém percebemos que muitos fatos
estão bloqueados de sua memória e não temos como ajudá-lo”, conta Laís.
O próprio idoso já teria relatado que nasceu no Japão, mas diz que
chamar-se Mário Takeshi Tanaka, não sabe a idade e nem pode identificar
os locais onde trabalhou. Disse ainda, segundo a assistente social, que
foi mandado embora do local onde vivia e trabalhava, como lavrador,
porque estava doente.
“Se ele pudesse indicar estes locais, seria muito importante para a
identificação. Não estamos, no caso, preocupados em responsabilizar os
familiares por não estarem com ele e nem o possível patrão, caso essa
parte do relato seja procedente, mas queremos devolver a ele sua
história”, diz Laís.
Seu “Mário” ocupa uma vaga social do Asilo São Vicente de Paulo, ou
seja, os custos de sua permanência são cobertos pela própria entidade e
por colaboradores que pediram para não serem identificados.
“Trata-se de um homem de origem nipônica e como a cidade tem muitos
descendentes de japoneses, ele está recebendo ajuda de pessoas da
colônia (nipo-brasileira). Está assistido, não tem graves queixas de
saúde, apesar das consequências do tempo em que passou na rua, mas
precisa de sua família e de sua história reconstituída”, defende a
assistente social.
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