INCOMODO - Moradores de rua transformaram seringueira em abrigo; mulheres evitam passar pelo local - Divulgação
CARLOS RODRIGUES
Eles estão nos cruzamentos mais movimentados da cidade, pedem
dinheiro nos semáforos e entram na frente dos carros. Alguns gritam e
assustam pedestres. A maioria consome álcool em locais públicos e há
relatos de uso de drogas às margens da linha férrea. O Diário recebeu
uma série de reclamações de moradores, que observam acréscimo no número
de moradores de rua na cidade. Comerciantes também se incomodam.
Andarilhos utilizam marquises de lojas como dormitório e banheiro.
Durante o dia, a sombra da seringueira da praça Saturnino de Brito,
em frente a Prefeitura, virou casa para um grupo. À noite, as marquises
dos estabelecimentos comerciais próximos, se transformaram em abrigo.
Nem a saúde debilitada faz com que um dos desabrigados busque
alternativas para sair da rua: o homem caminha com o ajuda de um andador
e pede dinheiro entre os carros.
O corretor de imóveis e sócio de uma empresa na região, Sidnei
Canales, conta que já encontrou fezes humanas, ao chegar pela manhã para
trabalhar.
“Nos finais de tarde juntam oito, dez pessoas, fazem algazarra,
atrapalham o trânsito e incomodam quem passa. Um grupo está dormindo em
frente a imobiliária e deixando o local sujo. Passou do limite”, disse.
A atendente Ana Paula Oliveira, que trabalha no centro, afirma que tem medo de passar em frente a Prefeitura a pé.
“Eu atravesso a rua, mas não está resolvendo. Eles estão andando
entre os carros. Tem alguns que estão bêbados e mexem com as mulheres”,
disse a jovem.
Na avenida Tiradentes, rotatória da Athos Fragata, a presença de moradores de rua também incomoda.
“Ninguém está discriminando ou proibindo o direito de ir e vir do
cidadão, mas fica até perigoso dirigir porque alguns estão alterados e
entram na frente dos carros”, diz a professora Juliana Teixeira Amaral,
que afirma ter presenciado um atropelamento.
Acampamentos, improvisados, e aglomerações de moradores de rua também
foram flagrados pela equipe do Diário à margem da linha férrea, em
plena avenida das Esmeraldas. A região passou por revitalização recente,
com a retirada de arbustos e cerca, porém nem a limpeza da área inibe a
permanência.
O problema dos moradores de rua não está restrito apenas ao centro da
cidade. Na avenida Maria Fernandes Cavallari, a principal da zona
oeste, um trailer de lanche abandonado também serve de moradia para
cerca de dez andarilhos.
A Polícia Militar de Marília foi procurada para responder sobre a
segurança nos locais ocupados. O comando local solicitou envio de
solicitação à Assessoria de Imprensa, em São Paulo, para posterior
manifestação.
A reportagem do Diário também entrou em contato com a Prefeitura e
questionou sobre as estratégias sociais da administração para combater o
problema, porém até o fechamento desta edição ainda não havia obtido
retorno.
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