quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Chefão do tráfico, Dinho é condenado a 18 anos de prisão

Irmão dele e outros quatro comparsas também foram sentenciados pela Justiça de Marília

SENTENÇA - Edson Santos da Silva, o “Dinho”: megatraficante foi condenado pela Justiça
Considerado o chefe de um dos maiores esquemas de tráfico de drogas que atuou em Marília e região nos últimos anos, o empresário Edson Santos da Silva, 27, mais conhecido como “Dinho”, foi condenado pela Justiça de Marília a cumprir 18 anos, três meses e dez dias de prisão em regime fechado pelos crimes de tráfico de entorpecentes, com agravante de envolver menores de idade na prática, e associação para o crime justamente no processo que o mantém atrás das grades desde meados de 2011.
Edmilson Santos da Silva, 25, o “Missinho”, foi sentenciado ao mesmo tempo de reclusão do irmão megatraficante. Considerado braço direito de Dinho, Paulo Marcos Felismino da Silva, 25, o “Ferrugem”, pegou 14 anos, quatro meses e 20 dias. Flávio Alves Correia, 34, o “Tonelada”, dez anos, dez meses e 20 dias. Já Dagmar Vieira da Silva, 32, deverá cumprir oito anos e Fabiana de Oliveira Bezerra, 21, cinco anos e dez meses.
ENTENDA
Assinada pelo juiz José Henrique Ursulino, da 2ª Vara Criminal de Marília, a sentença tem 35 páginas e ainda não foi publicada, no entanto a reportagem do Jornal Diário teve acesso a ela ontem (27). Nela, o magistrado ressalta o trabalho investigativo feito pela Polícia Civil, que por dois anos acompanhou de perto a atuação e principalmente o crescimento do esquema chefiado por Dinho, que mantinha sociedade com o irmão.
“A prova revelou que os dois, além de irmãos, eram sócios no negócio envolvendo o tráfico ilícito de entorpecentes. Adquiriam e repassavam as drogas para outros traficantes, exercendo a chefia da organização criminosa”, diz trecho da sentença.
“Há, então, prova robustíssima de que Edson, Edmilson, Paulo Marcos, Flávio e o adolescente praticavam o tráfico de entorpecentes e que estavam mesmo associados para o crime. A prova demonstrou, também, que as armas apreendidas com Dagmar realmente pertenciam ao grupo”, completa Ursulino.
RELEMBRE
Foram dois anos de investigações até a DISE (Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes) finalmente prender o então chefe do tráfico de drogas de Marília.
Dinho foi pego no final da noite de uma sexta-feira, dia 10 de junho de 2011, quando estava no drive-thru do McDonald’s, na Avenida Tiradentes. Acompanhado da namorada e outro comparsa, ele estava em um Honda New Civic prata avaliado na época em R$ 60 mil. Três viaturas e quase dez policias civis participaram da ação.
Uma hora depois, Missinho, foi preso em sua casa, na rua Fernando Botelho Vilela, no Nova Marília, reduto da quadrilha. Os mandados de prisão contra os irmãos haviam sido expedidos poucas horas antes.
“Ele sempre foi muito falado, citado na mídia e era motivo de muita preocupação da Polícia Civil de Marília. A prisão dele é um marco para todos nós”, afirmou na ocasião o então delegado titular da DISE, José Carlos Costa, hoje delegado seccional de Ourinhos.
“Esta foi a mais complexa investigação já enfrentada por nós porque ele nunca colocou a mão na droga. Dava ordens, gerenciava todo o esquema, mas nunca tocava diretamente no entorpecente”, completou, dizendo ainda que ele mantinha uma rede de contatos que abrangia Marília toda, cidades próximas, Bauru e até mesmo Santos.
Ainda segundo Costa, Dinho levava um padrão de vida elevado e, diferentemente de outros grandes líderes do tráfico no estado, ele não faz parte de nenhuma facção criminosa.


Perdas na “Guerra do Tráfico”
Assassinado em julho de 2010, o vendedor Ricardo Afonso de Souza, 31, o “Ricardão”, foi apontado pelo Ministério Público como sendo um dos integrantes da quadrilha comandada por Dinho. Foi o primeiro homicídio ligado a ‘Guerra do Tráfico’ da zona sul da cidade, travada contra o bando de Alex Amarildo de Oliveira, 28, o “Rico”, acusado de ser o autor do assassinato.
O crime foi revidado com ataques à bala, um deles na esquina de uma creche no Parque das Azaleias. Por sorte, o período era de férias escolares e o local estava vazio. Dias depois, uma “reunião” teria selado o fim da primeira fase dos confrontos.
No final de 2011, no entanto, e já com Dinho atrás das grades, as gangues voltaram a duelar. Mais de dez boletins de ocorrência foram registrados, com relatos de imóveis e pessoas alvejadas durante a madrugada em vários pontos da cidade. Em um destes ataques, que também teria sido comandado por Rico, o jovem Leandro Romanelli Moreira, 19, foi morto.




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