Carlos Bolsonaro: quem é o 'filho 02', o polêmico gestor das redes sociais de Bolsonaro
Segundo filho do presidente, Carlos Bolsonaro contrasta postura explosiva nas redes com trajetória discreta como vereador; confronto com mãe marcou sua estreia na política; para analista, ele desempenha 'papel de animador de eleitorado mais radical do Bolsonaro'.
14 mai 2019
05h57
atualizado às 13h23
Segundo filho do presidente Jair Bolsonaro (PSL), chamado pelo pai de
"zero dois", o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ) passou a infância
entre membros das Forças Armadas.
Ele nasceu em 1982 em Resende (RJ), sede da Academia Militar das
Agulhas Negras, onde seu pai se formara oficial do Exército. Anos
depois, viu Bolsonaro projetar-se politicamente graças ao apoio de
militares.
Mas diferentemente dos filhos de oficiais com que brincavam na
infância, Carlos e seus irmãos Flávio e Eduardo jamais conseguiram
estudar em colégios militares.
Numa de suas raras entrevistas, concedida ao canal da jornalista Leda
Nagle no YouTube em março, Carlos disse que oficiais de alta patente
barraram o acesso do trio a escolas das Forças Armadas.
"Os ministros (militares) da época dificultaram que isso acontecesse", afirmou, sem explicar como isso teria ocorrido.
O gesto, segundo ele, seria uma represália a Bolsonaro, que desagradara
seus superiores ao pleitear publicamente melhores salários. A postura
custou processos disciplinares ao então capitão e acelerou sua passagem
para a reserva, em 1988.
Segundo o vereador, o episódio não gerou ressentimentos. "De dez anos para cá, as rusgas do passado foram superadas."
Mas isso não impediu Carlos de voltar os canhões para generais do alto
escalão do governo após seu pai se tornar o primeiro militar a presidir o
Brasil desde o fim da ditadura (1964-1985), criando um dos maiores
focos de atrito na gestão até agora.
Os ataques são empreendidos pelas redes sociais, onde Carlos atua como
assessor informal do pai há vários anos e ganhou o apelido de "pitbull".
Carlos Bolsonaro X Hamilton Mourão
Em abril, Carlos passou a atacar no Twitter o vice-presidente da
República, o general da reserva Hamilton Mourão (PRTB), insinuando que o
vice buscava enfraquecer Bolsonaro e se apresentar como uma alternativa
ao presidente.
Outro general da reserva, o ministro Carlos Alberto dos Santos Cruz, também entrou na mira do vereador.
"Vejo uma comunicação falha há meses da equipe do presidente. Tenho
literalmente me matado para tentar melhorar, mas como muitos, sou apenas
mais um e não pleiteio e nem quero máquina na mão. É notório que
perdemos oportunidades ímpares de reagir e mostrar seu bom trabalho",
afirmou Carlos no fim de abril.
Santos Cruz chefia a Secretaria de Governo, responsável pela
comunicação da Presidência da República, entre outras atribuições. Antes
da posse de Bolsonaro, especulou-se que Carlos assumiria o setor, o que
não se concretizou.
Após os ataques, muitos questionaram se Carlos estaria atuando por
conta própria ou atendendo a pedidos do pai. Meses antes, o vereador já
havia desautorizado o então secretário-geral da Presidência, Gustavo
Bebianno, demitido dias depois por Bolsonaro.
Nas vezes em que foi indagado sobre a ascendência do pai sobre seus atos, Carlos disse que sempre segue suas instruções.
"Jamais falarei sem a permissão dele, isso está cada vez mais afinado,
cada vez mais enfiado na minha cuca aqui", ele afirmou em março.
Vereador discreto
A postura de Carlos na internet contrasta com sua reputação na Câmara
dos Vereadores do Rio de Janeiro, onde atua há 18 anos, desde que se
elegeu aos 17 como o mais jovem vereador da cidade.
"É uma pessoa muito discreta", diz à BBC News Brasil o presidente da casa, Jorge Felippe (MDB).
Felippe afirma que Carlos é assíduo, mas interage pouco com outros
vereadores e "quase nunca" procura a presidência da Câmara para discutir
projetos.
Entre as poucas propostas que Carlos conseguiu aprovar estão uma lei
que condiciona a mudança de nomes de ruas ao apoio de moradores e outra
que proíbe a afixação de propaganda em postes e viadutos.
Boa parte de sua atividade parlamentar versa sobre pautas conservadoras
nacionais. Em seus primeiros mandatos, ele defendeu ampliar a oferta de
laqueaduras e vasectomias entre os mais pobres como forma de combater a
miséria.
Nos últimos anos, alinhado ao movimento Escola sem Partido, apresentou
um projeto de lei "proibindo professores de doutrinarem ideologicamente
seus alunos". Em outra iniciativa, tentou impedir que a prefeitura
contratasse médicos estrangeiros sem que eles passassem por uma prova.
"Ele sempre foi uma pessoa bastante solícita e amável com todos", diz a vereadora Teresa Bergher (PSDB).
Bergher é presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, e Carlos, o vice.
Embora divirja da maioria das posições do colega, ela afirma que Carlos
jamais obstruiu os trabalhos do grupo e sempre foi aberto ao diálogo.
"Só de vez em quando ele tem algumas explosões quanto a posicionamentos
de outros colegas, principalmente de esquerda", diz.
Após Bolsonaro tomar posse no Palácio do Planalto, a vereadora procurou
Carlos para saber se ele pretendia continuar na comissão.
"Eu perguntei: 'você, como filho do presidente, vai ser meu vice?' Ele
respondeu: 'Sem problema algum, você continuará sendo minha
presidente'", conta Bergher, aos risos.
A vereadora conta que, desde o início do ano, Carlos perdeu o sossego
na Câmara - ele diz que já teve até de se esconder no banheiro para
escapar do assédio de colegas. "É normal para quem tem poder. Ele acabou
virando uma estrela também."
Um dos poucos desentendimentos entre Bergher e Carlos ocorreu em
setembro de 2018, quando ele publicou no Instagram a foto de um homem
ensanguentado, com a cabeça coberta por um saco plástico e o slogan
"#elenão" - usado por manifestantes anti-Bolsonaro - na pele.
Muitos consideraram que a imagem continha uma ameaça a opositores de
Bolsonaro. Já Carlos disse que havia apenas replicado uma publicação
crítica a seu pai, produzida por "alguém que considera isso uma arte".
Bergher cobrou Carlos a se retratar, e o vereador Reimont (PT) pediu que ele fosse afastado da comissão.
"Aquilo trouxe uma situação bastante constrangedora, porque era uma
imagem muito chocante, tinha referência à tortura", diz a vereadora.
Carlos estava de licença e não pediu desculpas. Bergher deixou o assunto para lá.
Problemas com assessores
Nos últimos meses, atos de Carlos na Câmara sofreram novos
questionamentos. Segundo reportagens da Folha de São Paulo, uma mulher
contratada até janeiro como assessora do vereador disse ao jornal que
nunca trabalhara para ele.
A mulher é irmã de um militar que assessora Jair Bolsonaro.
Outra ex-assessora, segundo o jornal, trabalhou como faz-tudo para a
família Bolsonaro e emprestou o nome para um militar - ex-marido da
segunda mulher de Bolsonaro - abrir três empresas, atuando como seu
"laranja".
Procurado pela BBC, Carlos não comentou as recentes denúncias. Não está claro se ele poderia sofrer sanções pelos atos.
Problemas envolvendo assessores têm assombrado a família Bolsonaro - especialmente Flávio, filho mais velho do presidente.
Em dezembro, um relatório do Conselho de Controle de Atividades
Financeiras (Coaf) apontou que Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio
na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, fez uma movimentação
atípica de R$ 1,2 milhão quando trabalhava para o então deputado
estadual, hoje senador.
O caso está sob investigação.
Disputa contra a mãe
A estreia de Carlos na política provocou uma crise familiar, cujas repercussões geram grande especulação no mundo político.
Quando o filho tinha 17 anos, Bolsonaro o escalou para concorrer a
vereador. Mas, para se eleger, ele teria de concorrer com a própria mãe,
Rogéria Nantes, candidata a um novo mandato na Câmara.
Rogéria havia sido eleita para a Câmara duas vezes graças ao apoio do
então marido, Jair Bolsonaro. Em 2000, no entanto, o casal estava se
separando. Bolsonaro deixou de apoiar Rogéria e encorajou a candidatura
do filho.
Carlos se elegeu com 16 mil votos - três vezes mais do que Rogéria, que
ficou de fora. Ele exerceu o mandato enquanto cursava a faculdade de
Ciências Aeronáuticas, na Universidade Estácio de Sá, uma instituição
privada no Rio de Janeiro.
'Muito problema na cabeça'
Em entrevista em abril, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo
Maia (DEM-RJ), insinuou que Bolsonaro se sentia culpado por ter atirado o
filho numa disputa contra a mãe e tentava recompensá-lo desde então. O
presidente não costuma fazer críticas públicas a Carlos, embora já tenha
censurado os filhos Flávio e Eduardo.
"Ele (Carlos) derrotou a mãe para vereador", disse Maia. "Isso deve ser
normal na cabeça de um ser humano? Derrotar uma mãe com 17 anos? Deve
ter gerado muito problema na cabeça do Carlos. A informação que eu
tenho, apenas de ouvir falar, é que eles ficaram sete anos sem se falar,
ele e o pai."
"Tivemos um pequeno problema familiar, sim", admitiu Carlos em março.
"Ele (Bolsonaro) queria continuar com seu apoio político aqui no Rio de
Janeiro, e ela (Rogéria), separando do meu pai e perdendo esse apoio
político, não entendeu à época que ele necessitava disso."
Carlos não disse por que seus pais se separaram.
Ele afirma que, logo após a eleição, fez as pazes com Rogéria. "Hoje
minha mãe é minha segunda namorada." A primeira, segundo ele, mora em
Santa Catarina e não gosta de exposição.
Questionado pela BBC, Carlos não se pronunciou sobre os impactos do episódio na relação com o pai.
Eleitorado 'mais radical'
Professor de Ciência Política da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Sérgio
Praça diz que Carlos desempenha um "papel de animador do eleitorado mais
radical do Bolsonaro".
Praça cita a participação do vereador na gestão das contas do pai nas
redes sociais. Em abril, Bolsonaro disse à rádio Jovem Pan que é Carlos
quem coordena seus perfis, "por isso muita gente quer afastá-lo de mim".
Mesmo entre aliados do presidente é comum a avaliação de que ele
desperdiça energias com polêmicas dispensáveis nas redes sociais quando
deveria priorizar a construção de uma base no Congresso. Também sobram
críticas aos ataques de Carlos a membros do governo e a mensagens do
vereador consideradas confusas ou fantasiosas.
"Quando a única coisa que lhe resta é o último suspiro de vida, surgem
estas pérolas que mostram muito mais do que palavras ao vento, mas algo
que já acontece há muito. O quanto querer ser livre e independente
parece ser a maior crueldade para alguns", postou Carlos no Twitter em
abril ao divulgar um vídeo em que Mourão comentava a crise na Venezuela.
Em dezembro, ele escreveu: "A morte de Jair Bolsonaro não interessa
somente aos inimigos declarados, mas também aos que estão muito perto.
Principalmente após de sua posse! É fácil mapear uma pessoa transparente
e voluntariosa. Sempre fiz minha parte exaustivamente. Pensem e
entendam todo o enredo diário!"
Bolsonaro rejeita a visão de que a atuação do filho seja prejudicial ao governo.
"No meu entender, não atrapalhou em nada. Eu acho até que ele (Carlos)
deveria ter cargo de ministro, ele me botou aqui, foi realmente a mídia
dele que me botou aqui", disse o presidente em abril.
A nomeação de Carlos, porém, poderia violar a legislação contra o nepotismo e ser questionada no Judiciário.
Anos antes, um post de Carlos no Twitter lhe rendeu um processo.
"Chupa, viadada", ele escreveu em 2010 após o Conselho de Ética da
Câmara arquivar um processo contra Bolsonaro por declarações do então
deputado que haviam sido consideradas homofóbicas.
Em 2014, a Justiça absolveu Carlos.
Na época, o vereador criticava o governo federal - então comandado pelo
PT - por produzir cartilhas sobre o respeito à diversidade sexual para
distribuição em escolas. Políticos conservadores apelidaram a cartilha
de "kit gay" e forçaram o governo abandonar o projeto.
Acusado de homofóbico por opositores, Carlos diz respeitar todas as orientações sexuais.
Postura de campanha
Professora de ciência política da Universidade Federal de São Carlos
(Ufscar), Maria do Socorro Sousa Braga diz que o vereador se comporta
como se o pai ainda estivesse em campanha e se guia por princípios
descritos pelo filósofo alemão Carl Schmitt (1888-1985).
Para Schmitt, a política se baseia na distinção entre amigos e
inimigos. Braga diz que Carlos e os irmãos encaram Mourão como um
inimigo desde que o pai teve de interromper a campanha à Presidência
após sofrer uma facada, em setembro de 2018.
Enquanto Bolsonaro esteve internado, Mourão ganhou espaço no noticiário e tentou exercer maior influência sobre a candidatura.
"Se eles olham para o vice como inimigo, a ideia é destruí-lo. Só que
eles não podem fazer isso de imediato, porque o setor mais organizado do
governo é o militar. Então eles tentam construir uma narrativa que
venha a dar legitimidade a algum ato mais incisivo", diz a professora.
Em abril, o deputado federal Marco Feliciano (Podemos-SP) viajou aos
Estados Unidos para se encontrar com o escritor Olavo de Carvalho, um
dos maiores críticos da chamada ala militar do governo.
Na volta, Feliciano apresentou à Câmara um pedido de impeachment contra
Mourão, acusando-o de conspirar contra o presidente. O pedido foi
arquivado.
Carlos Bolsonaro e Olavo de Carvalho
Carlos também tem se aproximado de Olavo, um dos ideólogos da família
Bolsonaro. Em fevereiro, o vereador escreveu que o escritor "é o
principal inspirador de toda a transformação cultural que atravessamos".
Carlos diz que nunca esteve pessoalmente com Olavo, mas que aprendeu
muito com alunos do escritor de quem é amigo, como o assessor da
Presidência para Assuntos Internacionais, Filipe Martins.
Um dos pontos que unem Carlos e Olavo é a crença de que a direita
precisa se organizar para fazer frente ao que consideram um domínio da
esquerda no campo cultural.
Ambos encaram as redes sociais como uma plataforma essencial nessa batalha.
Os dois também criticam a imprensa com frequência. Procurado ao longo
de duas semanas, Carlos não respondeu os pedidos de entrevista da BBC
News Brasil, nem perguntas enviadas por email para seu gabinete na
Câmara.
Outra posição que o aproxima de Olavo é a defesa da liberação do
comércio de armas. O vereador visita com frequência clubes de tiros no
Rio de Janeiro e em Santa Catarina.
"Ele é dedicado e atira bem, graças a Deus", diz à BBC News Brasil
Bernardo Mattos, amigo de Carlos e dono do clube de tiros CT Caos, no
bairro carioca de Vargem Pequena.
Instrutor de pistolas do Batalhão de Operações Policiais Especiais
(Bope) da Polícia Militar do Rio de Janeiro, Mattos afirma que conheceu
Carlos em 2011, quando ambos faziam exercícios de crossfit na praia de
Ipanema.
Com o tempo, Carlos passou a frequentar o clube de Mattos e a ter aulas
de tiro, às vezes junto de Eduardo, irmão de quem o vereador é mais
próximo.
Um dos cursos feitos pela dupla, segundo o instrutor, foi ministrado
por um agente italiano conhecido pelo apelido Zero, que treina forças
especiais de vários países.
Mattos diz que Carlos está sempre bem humorado e não se incomoda quando
é alvo de piadas, como quando o chamam pelo apelido de infância,
Carluxo.
"As pessoas têm uma ideia errada do Carlos, ele não é nem um pouco
esquentado. O que ele faz qualquer um faria: proteger a família", diz o
instrutor.
Nas horas vagas, além de atirar, Carlos gosta de fazer churrascos na
companhia de amigos - alguns deles ex-lutadores profissionais de
jiu-jitsu.
Estrategista de Bolsonaro
O papel de Carlos como um dos principais estrategistas e conselheiros
do pai se delineou a partir de 2010. Na época, ele percebeu que quem
pesquisasse Jair Bolsonaro no Google era direcionado a conteúdos
negativos.
Carlos então criou um blog para veicular mensagens positivas sobre o
pai. Além de difundir suas posições políticas, divulgava fotos antigas
da família.
Bolsonaro era exibido em momentos de lazer, como pescarias e viagens
com os filhos. No Twitter e no Facebook, provocava adversários e
criticava "a ditadura do politicamente correto".
Bolsonaro estava na política desde os anos 1980, mas não queria ser
confundido com o establishment. Aos poucos ia se construindo a imagem de
um homem comum, que destoava de políticos que só se deixavam
representar em compromissos formais e se comunicavam com os eleitores
apenas em tempos de eleição.
Carlos incorporou em sua estratégia de comunicação as mesmas diretrizes
aplicadas ao pai. Ele passou a divulgar fotos em que aparece ao lado de
sua cadela Pituka, da raça maltês.
Em várias ocasiões, empunha armas em clubes de tiro. Em outras, veste
camisetas com símbolos da direita, como o logo do Mossad, o serviço
secreto israelense, o rosto da ex-premiê britânica Margaret Thatcher
(1925-2013) e o lema cristão Deus Vult (Deus o quer, em latim), do tempo
das Cruzadas.
Em 2014, quando Bolsonaro concorria a deputado federal pela sétima vez,
Carlos diz ter assumido de vez o comando de suas redes sociais,
auxiliado por assessores a quem chama de "meus moleques".
Quatro anos depois, licenciou-se da Câmara dos Vereadores para
trabalhar pela candidatura do pai à Presidência em tempo integral.
Vizinho de Bolsonaro no Condomínio Vivendas da Barra, na Barra da
Tijuca, Carlos transformou sua casa numa das principais bases da
campanha.
Com isso, abriu mão de concorrer ao Congresso - diferentemente dos
irmãos Eduardo, reeleito deputado federal em 2018, e Flávio, eleito
senador no mesmo ano.
Questionado em março por que jamais pleiteou postos mais altos, Carlos disse que está satisfeito com sua vida.
"Ganho muito bem, levo uma vida relativamente tranquila. Tenho 20
funcionários à minha disposição, posso fazer meu horário de trabalho.
Considero isso uma benção que Deus me deu."
Disse ainda que não tem pretensões políticas e que seu maior objetivo é defender o pai, de quem diz ser um "soldado".
"A gente trabalha junto há 18 anos. No dia em que ele disser 'já deu, vai embora', eu vou embora."
Carona em Rolls Royce
O fervor com que Carlos se dedica ao pai faz com que muitos o
considerem o filho preferido de Bolsonaro. Na cerimônia de posse
presidencial, ele quebrou o protocolo ao se sentar no banco traseiro do
Rolls Royce que conduziu Bolsonaro e a mulher, Michelle, pelas ruas de
Brasília.
Alguns supuseram que, ao acompanhar o pai, Carlos quis protegê-lo de
possíveis ataques. Já o vereador deu a entender que agiu por impulso.
"Dez minutos antes de entrar no carro para ir em direção ao Planalto, eu
falei (a Bolsonaro): 'vou contigo'".
Meses antes, porém, Carlos testemunhou um episódio traumático para a família - e que quase custou a vida do pai.
Ele era o único filho que acompanhava Bolsonaro durante um comício em
Juiz de Fora (MG), em setembro, quando o capitão foi esfaqueado na
barriga por Adélio Bispo de Oliveira.
"Eu vi meu pai indo embora duas vezes, vi meu pai duas vezes girando os
olhos dele", disse Carlos, com lágrimas nos olhos, em março.
"E tem canalha que olha para a gente e fala que aquela facada foi fake.
Você entende minha raiva? Entende o contexto que a gente passa?".
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