quinta-feira, 17 de maio de 2012


Mercados e clientes não consideram eficaz lei sobre prazo para atendimento

Estabelecimentos terão que fazer atendimento em no máximo 15 minutos e ainda dispor de equipamento de controle de tempo

OPINIÃO - Diretor da Apas e empresário de supermercado em Marília, Eduardo Kawakami acredita que lei não tem eficácia - Foto: Ricardo Prado

O projeto de lei já aprovado pela Câmara e que aguarda sanção do prefeito Ticiano Toffoli (PT), dispondo sobre a obrigação de consumidores serem atendidos em até 15 minutos em mercados, hipermercados e estabelecimentos de Marília não é considerado eficaz por representantes do setor na cidade e por consumidores.
Segundo o projeto de lei, estabelecimentos terão que fazer atendimento em no máximo 15 minutos e ainda dispor de equipamento de controle de tempo, como senha, para constar a chegada e saída dos consumidores.
Para o diretor da Apas e empresário da rede Kawakami em Marília, Eduardo Kawakami, legislação visa beneficiar o consumidor, entretanto, possui algumas falhas. “Precisa saber ao certo como vai funcionar, porque se a pessoa pega a senha quando entra no mercado, ela pode passar mais de uma hora fazendo compras e como isso seria controlado? Não vejo viabilidade em pegar uma senha ao entrar na fila e outra senha ao terminar. Não tem lógica”, fala.
De qualquer forma, Kawakami considera justo se o intuito foi o benefício do consumidor. “Lei não se discute, é claro, mas no meu ponto de vista, o consumidor é muito bem atendido. Quando ocorre atraso no atendimento geralmente é em véspera de feriado, mas o que for dito, será aplicado. Será necessária adaptação”, opina.
Ele ressalta o destaque do setor alimentício na região. “Marília tem recebido muitas bandeiras novas, sendo muito bem representada pelo setor alimentício. Acredito que possa haver melhorias, que sempre são bem vindas, mas é preciso estudar a necessidade e qual a viabilidade”, fala. A Apas não foi consultada para participar de construção de projeto de lei.
Já consumidores acham que a demora nas filas é constante, mas concordam na pouca viabilidade da medida. O vendedor Ezequiel Domingues da Silva, 35, diz já ter sofrido bastante com a demora no atendimento e que acha justa iniciativa, mas precisa de melhorias e fiscalização. “Dá para controlar o tempo sim, mas não colocando senha de entrada e de saída. Talvez criar um determinado número de caixas a demanda de atendimentos seja uma alternativa”, fala. “É difícil às vezes quando estamos em uma fila enorme e tem apenas um caixa funcionando, não é justo”, complementa.
A vendedora Mara Garcia, 54, também aprova projeto, mas não vê eficácia. “Precisa mudar algumas coisas, mas é muito bem vinda sim”, afirma.
A pena para o descumprimento é de advertência e, em caso necessário, multa valor de R$ 500. Após aprovação de lei, empresas terão 60 dias para se adequarem a legislação.




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