sábado, 10 de dezembro de 2011


Nelsinho é preso; corrupção desvia R$ 500 mil por mês

Na delegacia ele confirmou que mensalão era para manter aliados políticos

Promotor do Gaeco, Neander Sanches, durante coletiva após prisão de Nelsinho - Foto: Paulo Cansini

Ex-chefe de gabinete da prefeitura, Nelson Virgílio Granciéri, o Nelsinho, foi preso pela Polícia Federal em sua casa no início da tarde de ontem (9) acusado de comandar esquema de mensalão que pagava mais de R$ 500 mil por mês a aliados políticos, servidores municipais e empresários.
Ordem de prisão foi autorizada pelo juiz José Roberto Nogueira Nascimento, da 1ª Vara Criminal, após perícia encontrar documentos e contabilidade entre as mídias apreendidas na Operação Dízimo, deflagrada no final de novembro pela PF e GAECO (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) após devassa na prefeitura e na mansão de Nelsinho.
Na ocasião, o mesmo magistrado havia negado o mandato de prisão. Desta vez, foram colhidas novas provas que apontavam que o ex-chefe da Fazenda e homem forte do governo municipal, mesmo afastado pela Justiça, mantinha o esquema ativo de corrupção e também influenciava testemunhas do processo.
“A contabilidade apreendida aponta pagamentos mensais de grande monta, na casa dos R$ 500 mil, a diversas pessoas, partidos e aliados políticos e até funcionários públicos. Há até descrição dos centavos pagos”, afirma o promotor Neander Sanches, do Gaeco.
Ele falou também que os registros são referentes a apenas quatro meses referentes a julho, agosto, setembro e outubro deste ano e indicam que os mensalão crescia cada vez mais.
Enquadrado nos crimes de coação e concussão de testemunha e falso testemunho, Nelsinho não esboçou reação no momento da prisão, feita por volta das 12h em sua mansão, localizada no bairro Vila Romana, zona leste da cidade.
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Depois de seguir para a delegacia da Polícia Federal ele foi ouvido por cerca de uma hora. Logo após passou por exame de corpo de delito e seguiu para a cadeia de Garça por volta das 16h em carro descaracterizado da PF, um Astra preto. Estava no banco de trás e, para não ser fotografado, deitou e encobriu o rosto.



Na cadeia marmita na janta e pão com café


Assim que deu entrada na cadeia de Garça, Nelsinho foi instalado em uma cela individual. Isto porque nenhum outro detento recolhido no estabelecimento possui ensino superior. Levava com ele apenas uma pequena mala com roupas.
Antes das 18h, já teve direito à sua primeira refeição: uma marmita com arroz, feijão e bife. Segundo um agente penitenciário ouvido pela reportagem – ele pediu para não ser identificado –, Nelsinho aparentava tranquilidade e comeu toda refeição.
Após a janta, Nelsinho foi trancafiado na cela. Previsão é que só saia às 8h de hoje, quando será servido café da manhã. No cardápio pão com margarina e café. Depois, voltará para a cela. Já durante a tarde, terá direito a banho de sol e poderá se enturmar com os outros 38 detentos.



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