Vítima de racha entre estudantes no centro tenta suicídio
Atitude desesperada acontece a oito dias do julgamento de um dos estudantes de medicina envolvidos
Sobrevivente do racha praticado por dois estudantes de medicina
em pleno centro da cidade ocorrido no final de 2006 e que resultou na
morte de uma pessoa, o vendedor autônomo Matheus Teodoro da Silva, 24,
está internado em estado gravíssimo após tentar o suicídio por
enforcamento no final da tarde de quarta-feira (23) em sua casa, no
Jardim Flamingo, zona oeste da cidade.
A atitude desesperada acontece a oito dias do julgamento de Rainer
William Aguilar Gaspar, 26, um dos envolvidos no caso. O universitário
volta a se sentar no banco dos réus após ser condenado a sete anos de
prisão em regime semiaberto, mas o TJ-SP (Tribunal de Justiça de São
Paulo) anular a sentença, determinando nova sessão.
De acordo com informações da Polícia Militar, por volta das 16h,
Matheus amarrou uma das pontas de fio de cobre em seu pescoço e a outra
em um caibro no teto de sua casa, localizada na rua Antônio Orlando
Boer. Logo em seguida, ele subiu em um banco, gritou pela amásia, Ana
Cláudia Alexandre, 22, e depois pulou.
“Ouvi um estalo e ele ficou roxo quase que na hora. Gritei por
socorro, um vizinho conseguiu retirá-lo. Ele fez isso na frente do nosso
filho, de um ano, e de dois sobrinhos também pequenos. Foi horrível”,
disse a dona de casa, que atendeu a reportagem logo após visitar o
amásio.
Inconsciente, o vendedor foi socorrido ao Hospital das Clínicas por
uma viatura do SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e
rapidamente encaminhado a UTI (Unidade de Terapia Intensiva). Segundo
foi apurado pela reportagem do Jornal Diário, seu quadro clínico é
delicado e ainda corre risco de morte.
Ele respira com a ajuda de aparelhos e está sedado. Os médicos já
descartaram que Matheus tenha sofrido fraturas no pescoço, no entanto
são grandes as chances de um trauma na coluna, que o deixaria
paralítico. Ele também passou por uma tomografia na cabeça, que visa
detectar se ele sofreu lesões no cérebro, devido a falta de oxigenação
momentânea.
Segundo Ana Cláudia, Matheus apresentava quadro depressivo e, há
alguns dias, já havia dito que se mataria, pois não vislumbrava melhoras
no aspecto financeiro. Ainda de acordo com ela, ele deixou uma carta de
despedida, em que diz ter certeza que o filho alcançará seus objetivos
na vida e dizendo amar toda a família.
“Até o ano passado, ele recebia R$ 1 mil de pensão dos estudantes.
Depois, esse valor caiu pela metade e agora ele só recebe R$ 310. Também
há uma indenização de R$ 250 mil que nunca sai. Além disso, ele sempre
procura e encontra emprego, mas pelos problemas nas pernas, não consegue
exercer a atividade por muito tempo por causa das fortes dores”,
afirmou emocionada.
Ana Cláudia se refere as sequelas oriundas do acidente. O vendedor
sofreu ferimentos graves, passou por várias cirurgias em ambas as pernas
e, mesmo assim, caminha com dificuldades, usando inclusive muletas.
O CASO
Segundo denúncia do Ministério Público, por volta das 2h10 do dia 28
de novembro de 2006, Rainer dirigia em alta velocidade camionete
Chevrolet S-10, com placas de Maringá, pela Avenida Sampaio Vidal.
Emparelhado com ele, estava Samuel Henrique Meduqui, 24, que guiava Audi
TT importado.
No cruzamento com a rua Dom Pedro, Rainer atingiu violentamente moto
pilotada por Cícero José de Santana, 42, e que tinha Matheus na garupa. O
funcionário público morreu na hora.
Samuel foi submetido ao júri popular em novembro de 2008, onde foi
absolvido. A Promotoria recorreu da sentença, no entanto o TJ-SP manteve
a decisão dos jurados.
MP deve pedir o adiamento do júri
A atitude de Matheus deve fazer com que o julgamento de Rainer,
marcado para a próxima quinta-feira (31), seja adiado. O vendedor é peça
importante, principalmente para a acusação. Ele depôs nos dois
primeiros júris.
Representante do Ministério Público no caso, o promotor Lisoneas
Maciel se mostrou surpreso com a tentativa de suicídio de Matheus e
afirmou que irá estudar o processo antes de tomar a decisão. ”Preciso
refletir sobre a importância da presença dele no processo”, disse.
Vale lembrar que, após o TJ-SP decretar a realização de um novo
julgamento, a sessão já sofreu um adiamento: marcado para o dia 24 de
abril, foi remarcado a pedido da defesa de Rainer, que alegou
impossibilidade de comparecer ao julgamento por motivos médicos.
Compartilhe
0 Comentário(s)
Escreva o seu comentário
Mais Destaques
Publicidade
Vítima de racha entre estudantes no centro tenta suicídio
Atitude desesperada acontece a oito dias do julgamento de um dos estudantes de medicina envolvidos
Sobrevivente do racha praticado por dois estudantes de medicina em pleno centro da cidade ocorrido no final de 2006 e que resultou na morte de uma pessoa, o vendedor autônomo Matheus Teodoro da Silva, 24, está internado em estado gravíssimo após tentar o suicídio por enforcamento no final da tarde de quarta-feira (23) em sua casa, no Jardim Flamingo, zona oeste da cidade.
A atitude desesperada acontece a oito dias do julgamento de Rainer William Aguilar Gaspar, 26, um dos envolvidos no caso. O universitário volta a se sentar no banco dos réus após ser condenado a sete anos de prisão em regime semiaberto, mas o TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) anular a sentença, determinando nova sessão.
De acordo com informações da Polícia Militar, por volta das 16h, Matheus amarrou uma das pontas de fio de cobre em seu pescoço e a outra em um caibro no teto de sua casa, localizada na rua Antônio Orlando Boer. Logo em seguida, ele subiu em um banco, gritou pela amásia, Ana Cláudia Alexandre, 22, e depois pulou.
“Ouvi um estalo e ele ficou roxo quase que na hora. Gritei por socorro, um vizinho conseguiu retirá-lo. Ele fez isso na frente do nosso filho, de um ano, e de dois sobrinhos também pequenos. Foi horrível”, disse a dona de casa, que atendeu a reportagem logo após visitar o amásio.
Inconsciente, o vendedor foi socorrido ao Hospital das Clínicas por uma viatura do SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e rapidamente encaminhado a UTI (Unidade de Terapia Intensiva). Segundo foi apurado pela reportagem do Jornal Diário, seu quadro clínico é delicado e ainda corre risco de morte.
Ele respira com a ajuda de aparelhos e está sedado. Os médicos já descartaram que Matheus tenha sofrido fraturas no pescoço, no entanto são grandes as chances de um trauma na coluna, que o deixaria paralítico. Ele também passou por uma tomografia na cabeça, que visa detectar se ele sofreu lesões no cérebro, devido a falta de oxigenação momentânea.
Segundo Ana Cláudia, Matheus apresentava quadro depressivo e, há alguns dias, já havia dito que se mataria, pois não vislumbrava melhoras no aspecto financeiro. Ainda de acordo com ela, ele deixou uma carta de despedida, em que diz ter certeza que o filho alcançará seus objetivos na vida e dizendo amar toda a família.
“Até o ano passado, ele recebia R$ 1 mil de pensão dos estudantes. Depois, esse valor caiu pela metade e agora ele só recebe R$ 310. Também há uma indenização de R$ 250 mil que nunca sai. Além disso, ele sempre procura e encontra emprego, mas pelos problemas nas pernas, não consegue exercer a atividade por muito tempo por causa das fortes dores”, afirmou emocionada.
Ana Cláudia se refere as sequelas oriundas do acidente. O vendedor sofreu ferimentos graves, passou por várias cirurgias em ambas as pernas e, mesmo assim, caminha com dificuldades, usando inclusive muletas.
O CASO
Segundo denúncia do Ministério Público, por volta das 2h10 do dia 28 de novembro de 2006, Rainer dirigia em alta velocidade camionete Chevrolet S-10, com placas de Maringá, pela Avenida Sampaio Vidal. Emparelhado com ele, estava Samuel Henrique Meduqui, 24, que guiava Audi TT importado.
No cruzamento com a rua Dom Pedro, Rainer atingiu violentamente moto pilotada por Cícero José de Santana, 42, e que tinha Matheus na garupa. O funcionário público morreu na hora.
Samuel foi submetido ao júri popular em novembro de 2008, onde foi absolvido. A Promotoria recorreu da sentença, no entanto o TJ-SP manteve a decisão dos jurados.
MP deve pedir o adiamento do júri
A atitude de Matheus deve fazer com que o julgamento de Rainer, marcado para a próxima quinta-feira (31), seja adiado. O vendedor é peça importante, principalmente para a acusação. Ele depôs nos dois primeiros júris.
Representante do Ministério Público no caso, o promotor Lisoneas Maciel se mostrou surpreso com a tentativa de suicídio de Matheus e afirmou que irá estudar o processo antes de tomar a decisão. ”Preciso refletir sobre a importância da presença dele no processo”, disse.
Vale lembrar que, após o TJ-SP decretar a realização de um novo julgamento, a sessão já sofreu um adiamento: marcado para o dia 24 de abril, foi remarcado a pedido da defesa de Rainer, que alegou impossibilidade de comparecer ao julgamento por motivos médicos.
Sobrevivente do racha praticado por dois estudantes de medicina em pleno centro da cidade ocorrido no final de 2006 e que resultou na morte de uma pessoa, o vendedor autônomo Matheus Teodoro da Silva, 24, está internado em estado gravíssimo após tentar o suicídio por enforcamento no final da tarde de quarta-feira (23) em sua casa, no Jardim Flamingo, zona oeste da cidade.
A atitude desesperada acontece a oito dias do julgamento de Rainer William Aguilar Gaspar, 26, um dos envolvidos no caso. O universitário volta a se sentar no banco dos réus após ser condenado a sete anos de prisão em regime semiaberto, mas o TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) anular a sentença, determinando nova sessão.
De acordo com informações da Polícia Militar, por volta das 16h, Matheus amarrou uma das pontas de fio de cobre em seu pescoço e a outra em um caibro no teto de sua casa, localizada na rua Antônio Orlando Boer. Logo em seguida, ele subiu em um banco, gritou pela amásia, Ana Cláudia Alexandre, 22, e depois pulou.
“Ouvi um estalo e ele ficou roxo quase que na hora. Gritei por socorro, um vizinho conseguiu retirá-lo. Ele fez isso na frente do nosso filho, de um ano, e de dois sobrinhos também pequenos. Foi horrível”, disse a dona de casa, que atendeu a reportagem logo após visitar o amásio.
Inconsciente, o vendedor foi socorrido ao Hospital das Clínicas por uma viatura do SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e rapidamente encaminhado a UTI (Unidade de Terapia Intensiva). Segundo foi apurado pela reportagem do Jornal Diário, seu quadro clínico é delicado e ainda corre risco de morte.
Ele respira com a ajuda de aparelhos e está sedado. Os médicos já descartaram que Matheus tenha sofrido fraturas no pescoço, no entanto são grandes as chances de um trauma na coluna, que o deixaria paralítico. Ele também passou por uma tomografia na cabeça, que visa detectar se ele sofreu lesões no cérebro, devido a falta de oxigenação momentânea.
Segundo Ana Cláudia, Matheus apresentava quadro depressivo e, há alguns dias, já havia dito que se mataria, pois não vislumbrava melhoras no aspecto financeiro. Ainda de acordo com ela, ele deixou uma carta de despedida, em que diz ter certeza que o filho alcançará seus objetivos na vida e dizendo amar toda a família.
“Até o ano passado, ele recebia R$ 1 mil de pensão dos estudantes. Depois, esse valor caiu pela metade e agora ele só recebe R$ 310. Também há uma indenização de R$ 250 mil que nunca sai. Além disso, ele sempre procura e encontra emprego, mas pelos problemas nas pernas, não consegue exercer a atividade por muito tempo por causa das fortes dores”, afirmou emocionada.
Ana Cláudia se refere as sequelas oriundas do acidente. O vendedor sofreu ferimentos graves, passou por várias cirurgias em ambas as pernas e, mesmo assim, caminha com dificuldades, usando inclusive muletas.
O CASO
Segundo denúncia do Ministério Público, por volta das 2h10 do dia 28 de novembro de 2006, Rainer dirigia em alta velocidade camionete Chevrolet S-10, com placas de Maringá, pela Avenida Sampaio Vidal. Emparelhado com ele, estava Samuel Henrique Meduqui, 24, que guiava Audi TT importado.
No cruzamento com a rua Dom Pedro, Rainer atingiu violentamente moto pilotada por Cícero José de Santana, 42, e que tinha Matheus na garupa. O funcionário público morreu na hora.
Samuel foi submetido ao júri popular em novembro de 2008, onde foi absolvido. A Promotoria recorreu da sentença, no entanto o TJ-SP manteve a decisão dos jurados.
MP deve pedir o adiamento do júri
A atitude de Matheus deve fazer com que o julgamento de Rainer, marcado para a próxima quinta-feira (31), seja adiado. O vendedor é peça importante, principalmente para a acusação. Ele depôs nos dois primeiros júris.
Representante do Ministério Público no caso, o promotor Lisoneas Maciel se mostrou surpreso com a tentativa de suicídio de Matheus e afirmou que irá estudar o processo antes de tomar a decisão. ”Preciso refletir sobre a importância da presença dele no processo”, disse.
Vale lembrar que, após o TJ-SP decretar a realização de um novo julgamento, a sessão já sofreu um adiamento: marcado para o dia 24 de abril, foi remarcado a pedido da defesa de Rainer, que alegou impossibilidade de comparecer ao julgamento por motivos médicos.
Compartilhe
0 Comentário(s)
-
Escreva o seu comentário
Nenhum comentário:
Postar um comentário