quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Arsenal apreendido pela PM pode ter sido desviado por um investigador da DIG

A desconfiança foi evidenciada com o depoimento da mãe do eletricista preso, que disse aos policiais militares que “sabia que a amizade com o policial civil iria acabar dando rolo”

ARSENAL - Munições, armas e camisetas da Polícia Civil podem ter sido desviadas

A Polícia Civil, através da Corregedoria e do 1º DP, está investigando a possibilidade de que o arsenal de munições apreendido pela Polícia Militar na terça-feira (31) em uma casa no JK, zona norte da cidade, tenha sido desviado por um investigador da DIG (Delegacia de Investigações Gerais).
A desconfiança do en-volvimento de um policial civil foi evidenciada com o depoimento da mãe do eletricista André Luiz Paulino de Lira, 22, que acabou preso na ação. Ainda no imóvel, a mulher - a identidade foi preservada - disse aos policiais militares que “sabia que a amizade com o policial civil iria acabar dando rolo”.
A afirmação foi confirmada por ela ao delegado Sebastião de Castro, que elaborou o boletim de ocorrência no Plantão Policial. O investigador citado por ela teve apenas o apelido divulgado: Paulinho. Ainda no depoimento, ela afirmou que o oficial citado é primo da esposa de André.
O eletricista, por sua vez, confirmou que as munições eram do investigador, porém não explicou como elas foram parar em sua casa.
“Vou intimar o policial civil a depor e explicar isso”, afirmou o delegado Paulo Lara, do 1º DP, responsável pelo inquérito do caso. “Além disso, vou solicitar o rastreamento das munições. Desta forma, iremos descobrir se elas são de propriedade da Polícia Civil ou não”, completou.
Lara também informou que as armas apreendidas, um revólver calibre 22 e outro 38, serão periciadas. Como ambos estão com as numerações raspadas, a ideia é tentar recuperar as suas identificações e chegar aos seus proprietários. Também será verificado se as armas foram disparadas recentemente.
“Na hipótese da comprovação do desvio, o policial civil poderá ser indiciado por peculato. Por outro lado, se ele tiver solicitado a guarda das munições, poderá responder por coautoria de posse de arma e munições. Tenho dez dias para finalizar o inquérito”, disse o delegado.
Já o delegado titular da DIG, Aéliton Roberto de Souza, afirmou que o investigador continuará na unidade e exercendo as suas funções enquanto o caso é apurado. Ele ainda disse que submeteu André ao reconhecimento da verdureira Maria Francisca de Oliveira, 59. Ela teve R$ 7 mil roubados de sua casa, no distrito de Lácio, em meados do mês passado. Na ocasião, dois homens se passaram por policiais para invadir o imóvel dela. No entanto, o eletricista não foi reconhecido pela vítima.
André foi indiciado pelo crime de posse ilegal de arma de fogo e munição de uso restrito e está encarcerado na cadeia de Garça. Se condenado, ele pode pegar até seis anos de prisão em regime fechado, além de pagamento de multa.
O CASO
Uma denúncia anônima informou a existência dos armamentos em imóvel localizado na rua Lucílio Coelho de Oliveira. Durante as buscas, foram encontrados sob a laje da residência dois revólveres, um calibre 22 e outro calibre 38. Ambos estavam em uma caixa preta.
Em uma sacola próxima havia um soco inglês, algemas, coldres, arma de choque, gás de pimenta e seis camisetas confeccionadas exclusivamente para policiais civis de Marília, entre elas da Garra (Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos).
Também havia dezenas de munições, entre elas uma de fuzil 762. Também havia de calibre 757, 380, 45, 40, 38 e 22. Foi apreendida também uma luneta que poderia ser acoplada como mira em revólveres.




Compartilhe



0 Comentário(s)

    Escreva o seu comentário

Nenhum comentário:

Postar um comentário