quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Ticiano Toffoli admite motivação política na contratação de ‘forasteiros’ petistas

Prefeito afirma que a contratação é de livre nomeação e confia no novo secretário da Fazenda e chefe de gabinete

INCONFORMADA - Jovina acredita que nomeações políticas prejudicam cidade


O prefeito Ticiano Toffoli confessou ontem (31) ao Jornal Diário que as nomeações de forasteiros para comandar a secretaria da Fazenda e chefia de Gabinete - duas principais pastas do governo - são puramente partidárias. Gabriel Silva Ribeiro veio do Rio de Janeiro para administrar orçamento de R$ 654 milhões. No segundo andar da prefeitura, como braço direito de Toffoli, foi nomeado o advogado e ex-pregoeiro da prefeitura de Cubatão (SP) Márcio Celso Pereira Ferraro. Ambos são da cúpula do PT e chegam a Marília, às vésperas da eleição, para determinar onde o orçamento milionário do município será aplicado.
O chefe do executivo que também concorre às eleições municipais afirmou por telefone que o partido foi deter-minante para a escolha. “Por conta do partido é necessário ter este vínculo”, admitiu Toffoli, ressaltando que as contratações são de livre nomeação e que confia nos profissionais que vão assumir as pastas. “Antes de qualquer coisa são pessoas competentes, mas não significa que em Marília não haja pessoas de minha confiança”, desconversa, sem esclarecer se já conhece os forasteiros nomeados.
A reportagem do Jornal Diário tentou contato novamente com os novos funcionários do primeiro escalão, mas não obteve retorno. Ontem pela manhã os dois se reuniram com outros secretários da administração municipal no gabinete do prefeito. A assessoria de imprensa da prefeitura mantém a blindagem aos novatos, prestando um desserviço à população, escondendo a experiência profissional dos recém-contratados.
A população acredita que as novas contratações são um desrespeito com os profissionais competentes da cidade. “Será que em Marília não há pessoas com capacidade para assumir esses cargos? Enquanto isso a cidade segue abandonada”, fala a aposentada Jovina Dias Lima, 78.
A desempregada Priscila de Oliveira, 27, acredita que as nomeações, além de não prestigiarem pessoas da terra, ainda prejudicam a cidade. “É um desprezo com o município. Estas pessoas não sabem as principais necessidades que a cidade enfrenta”.
Gabriel Silva Ribeiro assume a secretaria da Fazenda no lugar de Adelson da Silva Lélis. No gabinete, Márcio Ferraro, assume a cadeira de Ângelo Carlos Pinto Roim. Segundo apurou o Diário, tanto Lélis quanto Roim, não estavam concordando com a forma de administração do atual prefeito.


Câmara acena com mudanças para contratação de comissionados


A Câmara de Marília anuncia medidas para evitar contratações de pessoas de outras cidades para assumir cargos comissionados e comando de secretarias. De acordo com o vereador José Carlos Albuquerque (PPS) projeto de mudança na Lei Orgânica do Município que proíbe este tipo de manobra será protocolado na próxima segunda-feira (6), data de retorno do recesso legislativo. O projeto estipula que para contratação de secretários e outros cargos comissionados a pessoa deve morar há mais de dois anos em Marília, além de comprovar formação técnica na área de atuação.

“Essa ação visa impedir que outras falcatruas nestes moldes voltem a ocorrer. A última atitude da administração é um desprestígio com os profissionais das áreas técnicas da cidade. Nossa intenção é assegurar que apenas pessoas capacitadas para determinada área assumam os cargos”, diz o Albuquerque.

O vereador Pedro do Gás (PSC) também não concorda com as recentes nomeações. “Acredito que as pessoas de fora não tenham o mesmo comprometimento que moradores de Marília e nem conheçam as necessidades da população”.




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