Morre o carnavalesco Joãosinho Trinta
O artista estava internado em São Luís desde o dia 3 de dezembro
Morreu neste sábado (17), às 9h55, aos 78 anos, o carnavalesco Joãosinho Trinta. Ele estava internado desde o dia 3 de dezembro, no Hospital UDI, em São Luís, no Maranhão, com pneumonia e insuficiência respiratória. Nessa sexta-feira (16), ele passou por uma cirurgia de desobstrução intestinal. O artista faleceu em decorrência de um agravamento no quadro de pneumonia, infecção urinária e choque séptico.
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A governadora do estado do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB), soltou um comunicado lamentando a morte de Joãosinho. “Joãosinho Trinta elevou o nome do Maranhão com sua maestria e genialidade, transformando o Carnaval do Rio de Janeiro e do Brasil, esbanjando irreverência e criatividade. Ele será lembrado eternamente por sua capacidade de vencer desafios e traduzir em belos enredos a alegria de ser brasileiro. Joãosinho foi um grande campeão em toda sua vida.”, afirmou a governadora.
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Outra longa passagem do Carnavalesco na UTI foi em 2006, quando sofreu seu terceiro AVC. Após o derrame cerebral, que deixou seu lado direito do corpo paralisado, começou a se locomover em uma cadeira de rodas, mas isso não o impediu de desfilar na Marques de Sapucaí no Carnaval de 2009, quando foi homenageado pela Grande Rio.
História no Carnaval
Inventivo. Revolucionário. Polêmico. Inovador. O artista plástico ficou conhecido nacionalmente por sua história no Carnaval. Sua primeira escola foi a Salgueiro, agremiação que ingressou como assistente e se tornou o carnavalesco da agremiação, após a saída dos antigos detentores do posto.
Foi o primeiro carnavalesco a entender o que significaria, a partir da construção e inauguração do sambódromo, em 1984, a transformação do carnaval. Joãosinho fez alegorias maiores, com mais esculturas, atento aos detalhes. Revolucionou a forma de apresentar um desfile, pensando não só em quem o via pelas arquibancadas, mas também pela televisão.
Da Acadêmicos do Salgueiro, Joãosinho seguiu para a Beija-Flor, onde ficou por 15 anos. Em 1989 fez um dos desfiles mais emblemáticos da história da Marquês de Sapucaí, “Ratos e Urubus... larguem minha fantasia”. O abre-alas teve que ser coberto por sacos plásticos, porque a Arquidiocese proibiu o uso da imagem do Cristo Redentor. As primeiras alas presentavam mendigos e maltrapilhos. Uma imagem que ficou na memória de quem acompanha o carnaval carioca.
Ele teve passagens também pela Viradouro, escola onde faturou o título de 1997 com o enredo “Trevas! Luz! A explosão do universo”. O ponto alto do desfile, além do refrão impactante e de paratinha funk, foi a divisão por cores de cada setor. Um desfile que tinha um enredo cientifica demais – o abre-alas era um big-bang, a expansão do universo – mas que, com a criatividade do “mago” Joãosinho tudo ficou às claras. E ele, amis uma vez, trouxe a luz. (“Lá vem a Viradouro aí, meu amor!/É Big-Bang, coisa igual eu nunca vi!/Que esplendor!”).
Entre altos e baixos
Na Grande Rio causou mais polêmica com um desfile sobre camisinhas e o perigo da Aids. Um dos carros alegóricos simulava o ato sexual. Teve que ser coberto. Dessa vez a “censura” dos plásticos pretos não surtiu o mesmo efeito de décadas anteriores. O enredo “Veste a camisinha, meu amor” foi um dos mais criticados de sua trajetória no carnaval carioca.
Entre seus trabalhos de destaque na última década, enredos como “Gentileza, o profeta do fogo” (Grande Rio, 2001, 6º lugar), “Orfeu, o negro do carnaval” (Viradouro, 1998, 5º lugar) e “O Brasil que Vale” (Grande Rio, 2003, 3º lugar).
Seu último trabalho como carnavalesco foi pela Vila Isabel, em 2005, auxiliado por Alexandre Louzada, com “Singrando em mares bravios... E construindo o futuro”. Em 2010, ele foi homenageado pela Grande Rio em um desfile que dava conta de narrar os vinte anos da Liesa (Liga Independente das Escolas de Samba).
Nos últimos anos, Joãozinho vinha se dedicando a fomentar o desfile de escolas de samba em Brasília. Em 2010 foi lançado o documentário “A Raça Síntese de Joãosinho Trinta”, de Paulo Machline e Giuliano Cedroni, bem recebido pelo público no Festival do Rio. Paulo trabalha no roteiro e produção do filme em formato de ficção. Matheus Naschetergaele é o mais cotado para o papel.
Em outra entrevista ao iG, em fevereiro de 2010, durante uma visita à Cidade do Samba, no centro da cidade, o carnavalesco foi perguntando de que forma gostaria de ser lembrado pelas futuras gerações. “O homem só é lembrado pelo que ele construiu. Eu contribuí, entre outras coisas, para essa festa grandiosa que é o Rio de Janeiro. Espero que assim se recordem de mim no futuro”.
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